Uma verdadeira ilusão de ótica
Torna-se compreensível, o fato do
eleitor brasileiro votar em personalidades, diante de um sistema político
carcomido, em que os partidos, com raríssimas exceções, não passam de cínicas
estruturas envelhecidas pelas celeumas evocadas da ambição do STATUS QUO.
Segundo dizia o Deputado Federal CHICO
ALENCAR (PSOL-RJ),as propagandas partidárias não passam de BOTOX de FOTOSHOP
com excesso de placas.Penso,que o emplacamento é uma forma de esconder a
realidade,isso demonstra-se na imagem de uma autoridade mostrando o funcionamento impecável de um
METRÔ em um horário de passeio,assim evitando a imagem real das superlotações
nas madrugadas e nos fins de tarde.
Nos idos de 1946, as agremiações
partidárias, tinham corpo, alma e espírito político-ideológico, o voto era o
espelho da dinâmica coletiva em que se pensava um projeto de Brasil de longo
prazo, tanto por parte da ESQUERDA como da DIREITA. Hoje estamos diante de uma
Sociedade imediatista em que políticos elegem seus prefeitos já pensando nos
próximos dois anos, do outro lado temos uma boa parte de brasileiros votando em
políticos em nome de satisfações individualistas, exemplificadas no
clientelismo do toma lá da cá, o Sr fulano fura a fila do remédio que eu
voto no senhor e etc.
O Brasil dos longos discursos se perde nas
imensidões oceânicas de tantos papéis, perfeitamente arquitetados para o
sistema não funcionar. No passado os brasileiros se acostumavam a conviver com
a inflação, hoje a corrupção ocupou o lugar dela, penso que estas questões
fazem parte do cotidiano. Torna-se contraditório, o Brasil ser teoricamente uma
nação pluripartidária, porém, no poder, boa parte deles, renderam-se as
vaidades do poder, aprendendo a andar nos tapetes vermelhos de tantos tiranos
pelo mundo a fora. Infelizmente o sangue servil do brasileiro ainda persiste em
beijar a mão de seu algoz oferecendo o tapete vermelho e o microfone. A ilusão
de ótica política tenta convencer o cidadão de que EMPREITERAS e MONTADORAS
fazem doações a uma coligação partidária em nome de um projeto de Brasil, mas, no
final das contas, trata-se de um investimento em que se espera a vitória de um
candidato e que naturalmente terá em troca um espaço no governo. Temos enfim a
privatização da coisa pública.
O cinismo dos poderosos torna-se cada vez
mais forte, na medida em que a população entende a política como solução de
suas frustrações individualistas e egocêntricas.
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