Quando
estamos indignados com o Status QUO da minoria dominante, nossa palavra de
ordem certamente é “abaixo o sistema” e depois? O que fazer diante de um
sistema derrubado? Temos em mãos alguma alternativa?
Podemos
listar historicamente vários exemplos de mobilizações sociais cujos resultados
fora a criação de modelos políticos próprios. Dentre eles, destacamos os países
não-alinhados (Índia de NEHRU, Egito de NASSER e a Indonésia de SUKARNO) em um
contexto de Guerra Fria em que ideologicamente o mundo era bipolar (EUA e URSS).
Estas duas nações representavam visões, valores e sistemas antagônicos, mas, na
prática não passavam de países imperialistas obcecados pelo poder da hegemonia
e do domínio absoluto. De acordo com esta realidade, os povos que outrora
haviam sofrido na II Guerra Mundial na mão dos Europeus, naquele momento
precisavam construir uma nova forma de fazer política mantendo-se distancia das
tutelas ideológicas.
Nos
séculos XVIII e XIX assistimos o período das chamadas Revoluções Burguesas, o
primeiro exemplo fora o da França em 1789 em que o rei e o seu absolutismo
foram guilhotinados, enquanto que no Reino Unido, manteve-se a identidade
majestosa do rei, mas, independentemente da coroa, a Revolução Industrial
tornou-se um fato irreversível. No século XX boa parte das alternativas sociais
econômicas e políticas foram testadas, porém, nem todas tiveram sucesso,
explica-se em parte pela derrubada do Muro de Berlim em 1989 e pela abertura da
cortina em 1991.
Os
desafios de quem propõem alternativas ao sistema são colossais. Na América
Latina, temos Cuba que ousou a construir o Socialismo no quintal dos EUA e
ainda permanece de pé, mas, ao mesmo tempo, os dissidentes estão aos poucos,
construindo alternativas: As Damas de Branco e o Blog da filóloga e jornalista
cubana Yoani sanchez (http://www.desdecuba.com/generaciony/) justamente para estabelecer um novo sistema
equivalente a realidade global.
A
idéia de Socialismo nasceu de um pensamento alternativo de questionamento a Burguesia,
por sua vez a Burguesia nasceu fruto da contestação ao medievalismo e ao
absolutismo.
O
Socialismo desde a Comuna de Paris, a Revolução Russa de 1917 e o fim da URSS
sentia a necessidade de se reinventar para sobreviver. Os 13 anos de CHAVISMO tendem
a exigir de seu criador o enfrentamento dos dilemas da construção Socialista
para os próximos 6 anos na Venezuela: Alternância de poder e o processo de consolidação
das conquistas sociais para a posteridade política.
No
entanto, as atividades alternativas não se limitam ao campo da política
partidária, observamos outras formas de atuações: As organizações
não-governamentais (ONGs), as cooperativas, os HIPPIES, o HIP HOP, etc.
Não
poderia deixar de destacar a atuação do chamado “Ocupe o Wall Street” um movimento
independente de partidos, cuja essência é o questionamento da financeirização
do sistema Capitalista, obviamente que a reação governamental foi de repressão,
na Espanha destacamos o Movimento dos Indignados as quais o resultado foi a derrota
eleitoral de Jose Luis
Rodriguez Zapatero por causa das medidas de austeridade. Na Itália Mario
Monti também está com os dias contados.
No Brasil, as eleições municipais impediram pelo voto
popular, a reeleição de alguns prefeitos e a ascensão de novos prefeitos, mas,
dentro dos resultados eleitorais, destaco a chegada ao Poder Executivo de Macapá
(Amapá) do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), ou seja, a vitoria da
verdadeira esquerda no Brasil.
Portanto, assistimos em todo o mundo, varias alternativas de
poder se articulando e ganhando espaço no debate político institucional.
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